Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024, contando a história dos 50 anos de nativismo gaúcho por 14 de seus festivais de música, pioneiros em atividade, informamos que Dia 19 é Nacional do Índio e do Exército Brasileiro; Dia 20 do Diplomata; Dia 21 da Latinidade, do Café, do Metalúrgico, do Policial Civil, Militar e do Têxtil; Dia 22 do Agente de Viagem, da Aviação de Caça, da Comunidade Luso-Brasileira e da Terra; Dia 23 Mundial do Escoteiro, de São Jorge, do Livro e do Direito Autoral; Dia 24 Internacional do Jovem Trabalhador e Nacional da Família na Escola; Dia 25 do Contabilista e do Despachante Aduaneiro.  Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre: O PARA PEDRO

No mês de abril, além do que já mencionamos no cabeçalho é cheio de efemérides, fatos importantes à vida social, cultural e política brasileira, como por exemplo: Descobrimento do Brasil em 1500; Batalha dos Guararapes em 1648 que deu origem ao nosso exército; Morte do patrono cívico do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes em 1792; nascimento do ex-presidente Getúlio Vargas em 1883; Morte de Tancredo Neves em 1985 e nascimento de José Mendes Guimarães em 1939, de quem quero lhes dizer.

Foi nos pagos da Lagoa Vermelha, no distrito de Pinhal do Machadinho, (atual município de Machadinho), que veio a furo no dia 20 de abril, um gurizito, franzino, que foi crescer no município de Vacaria, na fazenda dos tios, aonde lidou como peão campeiro, até os 18 anos.

E foi nessa estância, que aprendeu tocar violão e formou com um amigo de serenatas, a dupla chamada de Irmãos Teixeira, só que curiosamente os acolherados musicalmente não eram irmãos e nem tinham o dito sobrenome. O fato é que a música corria nas veias do jovem, que no ano de 1960 estreou nos palcos do Rio Grande do Sul e a galope lhe veio chegando o sucesso.

Na cidade de Júlio de Castilhos, com Florentino Rezende e Dinarte Silva, formou um trio – Os Seresteiros do Pampa, que por dois anos gauderiou pelo Rio Grande e por Santa Catarina em diversas apresentações.  Guiado pelo destino no desejo de gravar um disco, em 1962 faz um  empréstimo de 20 mil cruzeiros com um amigo e se manda para São Paulo. Na capital paulista atua em várias emissoras de rádio, faz pontas com duplas sertanejas, até que consegue cancha e grava seu primeiro disco, intitulado – Passeando de Pago em Pago, com o nome artístico de Gaúcho Seresteiro, ampliando com seu LP o espaço nas rádios.

De volta ao pago, segue promovendo seu disco, passando a ser contratado com maior valor comercial em toda a Região Sul do Brasil, por onde viaja por mais uns cinco anos de carreira, mantendo parceria e dividindo palco com os trovadores Portela Delavy e Luis Muller. E foi numa dessas viagens, que a Kombi teve problema mecânico e a comitiva teve que pegar um ônibus para cumprir um contrato, e nesse ônibus em certa altura do trajeto, dois passageiros se desentenderam e na discussão, um dizia para o outro a fim de terminar com o assunto, “para Pedro..., Pedro para...”. Zé Mendes atento na peleia, gravou a frase, que não saia da sua cabeça, e quando chegaram no destino, junto com o Portela Delavy, escreveram a obra que o consagrou nacionalmente e virou filme, Para Pedro.

Em 1967, José Mendes grava seu segundo disco, um compacto simples, só com essa música, que tinha sido lançada antes da gravação no Programa Rodeio Coringa, de Darcy Fagundes, na Rádio Farroupilha e o sucesso chegou definitivamente.  O compacto vendeu mais de meio milhão de cópias, na casa das 600 mil unidades e o autor ganhou da Tv Gaúcha o Troféu Consagração Popular, e o conhecido artista, Wilson Simonal, para nossa surpresa, em 1968 também gravou o Para Pedro.  

A partir e 1969, José Mendes, já cantor afamado nacionalmente, vira mocinho de cinema, por seus filmes – Para Pedro, em 1970 – Não Aperta Aparício, em 1974 – A Morte Não Marca Tempo. Esse filme foi gravado em 1973, bem como o disco Adeus Pampa Querido, que marcam de certa forma uma inconsciente premunição, pois em 15 de fevereiro de 1974, antes do lançamentos das ditas obras, em viagem entre Pelotas e Rio Grande, numa camionete Chevrolet Veraneio, o artista José Mendes colide com um ônibus e põe fim a bem sucedida carreira artística, em alta.

Assim esse grande artista gaúcho, aos 34 anos, tendo produzido 8 discos e 3 filmes, partiu para a querência eterna, deixando aqui na terra a esposa de nome Isabel Mendes, um filho com seu nome, e uma incalculável legião de fãs, um disco e um filme inéditos, que foram lançados em 1974 in memória. Seu corpo foi sepultado aonde passou parte de sua infância, em Santa Terezinha no município de Esmeralda/RS, que lhe homenageia com o memorial José Mendes.    

Para pensar: Descobrir o real propósito na vida terrena é a função de todos nós, e Zé Mendes é  um ótimo exemplo!

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