Símbolo do nosso país, eternamente ídolo e intacto em nossas memórias. A paixão do Ayrton por pilotar nos uniu. Viramos fãs de Fórmula 1. Passamos a criar, por meio da trajetória dele, histórias nossas também. Graças a ele tive domingos maravilhosos junto do meu pai. Acordei cedo inúmeras vezes para torcer e muitas madrugadas para assistir aos treinos. Quando alguém faz algo com amor se torna naturalmente incrível, é contagiante. E acho que isso, muito mais até do que suas vitórias, tornou Senna uma figura tão querida por nós: o amor e dedicação ao que fazia.

Em um dos documentários sobre ele, há uma referência ao dia de sua morte como “o dia que ainda não terminou”. Nas minhas lembranças de criança, sempre tentei fantasiar um desfecho diferente para aquele 1º de maio: “e se ele tivesse desistido de correr? E se tivessem cancelado a corrida em razão da morte do Ratzenberger um dia antes?” Acredito que todos nós gostaríamos que aquele dia tivesse terminado diferente e a corrida finalizada ao som do jingle da vitória. Desejo que ilustra uma famosa pintura, de Oleg Konin, onde Senna sai vivo do carro da Williams.

Hoje faz trinta anos que a bandeirinha verde e amarela deixou de tremular nas pistas e, consequentemente, nossos domingos ficaram mais apáticos. Realmente aquele dia, em Ímola, nunca terminou para nós. Esperamos até hoje pela comemoração que não aconteceu e deu lugar a uma saudade de alguém que parecia sentar conosco à mesa aos domingos. Uma “pole position” que jamais foi ocupada. E ouso dizer que é improvável que tenhamos outro atleta que nos cause tamanha admiração e orgulho, pelo que foi e pelo que nos deixou, algo muito além de entretenimento. Fico feliz que tenhamos tido uma referência como Ayrton Senna da Silva, digo, do Brasil e acredito que possamos levar a garra dele como lição de vida. #Sennaeterno