Começaram, nesta terça-feira (13), as audiências de instrução do caso envolvendo Gabriel Marques Cavalheiro, jovem de 18 anos morto após abordagem policial em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O processo tramita na Justiça comum, onde três policiais militares respondem por homicídio triplamente qualificado. Além disso, eles são réus em processo na Justiça Militar.

A defesa do sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen iria se manifestar somente nesta terça. Já Jean Severo, advogado que defende os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso, disse que vai comprovar a inocência dos dois.
A advogada da família de Gabriel, Rejane Igisk Lopes, afirma que "a expectativa é de que, a cada instrução, seja possível se aproximar, cada vez mais, dos fatos desencadeados naquele dia e que culminaram neste desfecho trágico".
As primeiras testemunhas ouvidas devem ser as indicadas pelo Ministério Público, na acusação dos réus.
A audiência de instrução visa a produção de provas para o julgamento do caso. Nessa etapa, são ouvidas testemunhas e as partes do processo – nesse caso, os réus.
Relembre o caso
Gabriel Marques Cavalheiro era um jovem de 18 anos que se mudou de Guaíba, onde morava com os pais, para São Gabriel, onde iria prestar o serviço militar obrigatório. O jovem estava hospedado na casa de um tio, mas a irmã também mora na cidade.
Ele desapareceu no dia 12 de agosto, após ser abordado por três policiais militares na Avenida Sete de Setembro. Uma vizinha da casa em que ele estava hospedado chamou a polícia porque, segundo ela, o jovem estaria forçando o portão que dá para o pátio em frente ao imóvel.
Os policiais teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura militar. Testemunhas disseram que ele foi atingido por "pelo menos dois ou três golpes de cassete". Essa foi a última vez que Gabriel teria sido visto com vida.