Mais uma ferida exposta, enquanto outras sangram ocultas em várias partes da nossa pátria mãe não tão gentil. Há dias em que nossas mazelas nos fazem repensar a condição de seres conscientes, com alma e todos os atributos que nos conferem status de “animais superiores”, até mesmo porque tais estados podem não existir ou não são exclusivamente nossos, mas isso não vem ao caso.
Fragmentamo-nos como se não fôssemos compostos da mesma matéria, justificando nossa desunião por meio das histórias que inventamos, para conferir valor ao que bem entendemos e exercer papel de juízes de Cristo, quando tampouco seguimos a lição de amor, supostamente deixada para a humanidade.
Ditos justiceiros hoje fazem chorar um menino de nove anos, cujo pai foi brutalmente assassinado em represália a um crime que sequer praticou. E mesmo que o tivesse cometido, teria direito de ser submetido a processo prévio, antes de qualquer sanção penal, conforme o ordenamento jurídico por nós adotado e que rege nosso Estado.
Por vezes nos faltam condições de prolongar palavras porquanto fatos negativos, mas necessários de reflexão, nos privam de discussões que nos levariam a caminhos muito mais promissores. Urge que nos restabeleçamos todos os dias, para que o amor renasça em nós, afinal ele é, independente de qualquer crença e antes de qualquer coisa, a nossa mais difícil tarefa e a única certeza que dá sentido à nossa existência.