A vida é um desenrolar entre chegadas e partidas. Uma medida de tempo por entre o pulsar e parar do coração. O caminho através do qual construímos laços, memórias, afetos e que nos permite desbravar as mais incríveis experiências dessa passagem. E é passagem mesmo, de ida e volta, pois dizem que um dia retornaremos ao nosso verdadeiro lar
            Por enquanto, aqui é nossa casa. Onde materializamos sonhos em troca de uma grande porção de horas trabalhadas. Assim construímos nossos lares, que não são só um amontoado de tijolos: são sonhos, são nosso tempo investido, são as finanças que precisamos programar. Quantas noites planejamos como gostaríamos que fosse nossa trajetória, de como nosso espaço seria preenchido – e não falo de móveis, falo de quem desejaríamos que estivesse conosco e de como organizaríamos nosso tempo para que todos coubessem nele.
            A vida são as decisões que tomamos, são as dores que carregamos e as vitórias que alcançamos. É o escolher ficar ou partir, seguir ou desistir, paralisar ou se expandir, invadir com coragem lugares, pessoas e objetivos, fazer a porta se abrir aos pontapés. Coragem, coragem… é avançar mesmo com medo, falo tanto disso que tatuei na pele, como forma de tentar manter comigo a virtude que entendo imprescindível. E às vezes falta e a gente precisa buscar, resgatar, se encher dela.
              Segundo a gramática, coragem é original do latim coraticum, que indica “a ação do coração”. Dia desses uma colega resolveu pedir exoneração do cargo público. Abrir mão da estabilidade financeira em troca de estar em paz com suas escolhas. Gostaria de dedicar esse texto a ela, que poderia ter dado o velho jeitinho para prosseguir na função e continuar a receber o subsídio. Manter-se honesto é um ato de coragem, viver nossas verdades é um ato de coragem. “A vida… O que ela quer da gente é coragem”.

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