Escolha o hábito que melhor lhe convier, não o mais popular. No livro Hábitos Atômicos, de James Clear, há diversas abordagens sobre como desenvolver o hábito certo. E quando falo “certo” me refiro ao que sirva para você. Como saber o que serve para mim? Qualquer coisa que desejemos duradora precisa ser agradável, ninguém consegue suportar por muito tempo algo que lhe traga desconforto.  

Isso não quer dizer que só devamos realizar o que nos seja prazeroso e sim encontrar formas de conseguir atingir nossos objetivos sem que isso se torne uma luta sem fim. A dica do autor é encontrar nossas habilidades naturais e usá-las a nosso favor para que não passemos a vida toda tentando desempenhar papéis que nada tem a ver com nossa personalidade. 

Eu, por exemplo, sempre gostei de escrever, contudo, isso não me isenta de muitas vezes ter dificuldades de concluir um texto. Agora, imagina se eu precisasse trabalhar com algo insuportável para mim? Poderia ser até necessário por um tempo, talvez por questões financeiras, mas jamais me manteria em um lugar que não me fizesse levantar da cama com alegria. 

Outro dia, uma colega desabafou conosco sobre uma empresa em que trabalhou, onde tinha que omitir aos funcionários que o empregador não estava realizando os depósitos de FGTS e que isso a fazia voltar para casa chorando diversas vezes, até finalmente poder pedir demissão. Rapidamente tentei me colocar na situação dela imaginando o que faria. Pensei que não aguentaria um dia tendo que desempenhar algo que não correspondesse aos meus princípios. 

Porém, posteriormente, em uma análise menos emocionada, lembrei das tantas vezes em que tive que “engolir sapos”, o orgulho e executar coisas com as quais não concordava, que não avaliava justas ou que não me entusiasmavam. Trabalhei como vendedora durante algum tempo e depois percebi que detestava ter que convencer alguém a comprar algo que talvez ela não necessite porque eu preciso vender, assim como preferi concurso público a advogar porque teria que cobrar meus clientes e sou péssima em colocar preço no que faço com o coração. 

O perigo está em tentar se encaixar, agradar e procurar felicidade onde não conseguimos nos enxergar ou nos sentirmos vivos. Ninguém precisa ser igual ou diferente só precisamos ser nós mesmos. A capacidade de continuar quando a empolgação se vai só é possível quando o que buscamos não é fácil ou difícil demais mas está dentro da medida: da nossa medida.  

Deixe seu Comentário