Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024, contando a história dos 50 anos de nativismo gaúcho por 14 de seus festivais de música, pioneiros em atividade, dando boas vindas ao mês de abril, informamos que Dia 07 é da Rádio Patrulha, do Corretor, do Jornalista, do Médico Legista, Mundial da Hipertensão e da Saúde; Dia 08 da Natação, do Correio, do Desbravador, do Profissional de Marketing e Mundial do Combate ao Câncer; Dia 10 da Engenharia.  Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre: SEARA DA CANÇÃO GAÚCHA.

 A história desse festival nativista, justamente abre o mês de abril do nosso Livro Agenda Gaúcha 2024, e merece nossa atenção, trata-se do décimo evento do gênero nascido no Rio Grande do Sul, na Cidade de Carazinho para dar palco e mercado ao artista gaúcho.

Me lembro muito bem desse início, eu já estava vivendo em Porto Alegre e o Elton Saldanha, era atração diária, noturna, do Restaurante Roxi e me pediu para substituí-lo naquele final de semana, porque tinha que participar da 1ª SEARA DA CANÇÃO GAÚCHA, aonde na segunda edição eu fui concorrente. Inclusive nesse ano, 1982, um grande amigo de trabalho na publicidade e de fé, Dionisio Lotário Koch, paulista, voluntariamente me emprestou seu chapéu, que fora de seu pai, pedindo que o usasse no palco. Pois não é que me roubaram o dito chapéu. Na volta à Porto Alegre na segunda feira, quando entrei na agencia ele me perguntou, então usaste o chapéu, disse que sim, mostrei fotos e contei do estrago, e jurei pra ele que na próxima SEARA eu o recuperaria. Dito e feito na terceira edição, na noite finalíssima do evento, avistei no meio do público um sujeito sentado na plateia, com o chapéu do Dionísio.

 Não pensei duas vezes, vou lá buscar! Daí avisei o amigo que estava comigo o que eu ia fazer, e pedi para no caso o pau comesse, que ele me ajudasse. Assim como um gavião, meti os olhos no coera do chapéu roubado e fui, direto na fila mais ou menos do meio, das 40 que tinham no ginasio, com 50 cadeiras ocupadas, em duas alas com 25 unidades. O sujeito estava na ala direita de frente para o palco.

 No trajeto, ele me viu indo em sua direção e quando cheguei, sem rodeio, apenas lhe disse, fitando nos olhos: com licença – esse chapéu não é teu, e tirei o chapéu da cabeça dele, que me olhava com espanto, mas ficou quieto. Logo dei dois paços pra traz, fiz meia volta e retornei ao meu lugar lá na frente. O amigo que me esperava, era o Thomas Barcellos, que media 2 metros e vinte, com quem no ano seguinte, inaugurei a Pulperia. Assim na segunda feira quando cheguei no serviço, fui na sala do colega e amigo Dionísio, com um pacote na mão, dei bom dia e estendi o presente, ele não entendendo o momento, mas quando rompeu o embrulho e viu o chapéu, emocionado o beijou, e feliz da vida me abraçou agradecido.

 Agora voltando a história do festival, que foi criado e lançado em março de 1981 por Ailton Magalhães e uma plêiade de amigos, influenciados por seu conterrâneo Edson Otto, que tinha vencido no ano anterior em Uruguaiana – a 10ª Califórnia da Canção Nativa, com a música “Esquilador” de Telmo de Lima Freitas.

 O nome “SEARA DA CANÇÃO GAÚCHA”, surgiu de uma campanha do então radialista Ailton Magalhães, em seu programa, e das sugestões indicadas pelo povo, foi escolhida “Seara da Canção”, dada pelos ouvintes – Setembrino Franco e Cezar Priva, que o próprio Airton integrou a palavra “Gaúcha”, definindo ideologicamente o evento. A origem da palavra SEARA, vem do latim, SENARA, (campo de terra para semeadura), falado na antiga província romana da Hispânia.

 Apesar do evento completar neste ano 43 anos, teve apenas 23 edições, mas está vivo, e o primeiro vencedor do festival foi Oswaldo Medeiros, autor e interprete da música Meu Nome é Rio Grande.                   

 Para pensar: Tudo que se plantar em terras férteis, nasce e se for bem cuidada, sempre dará uma grande seara. Por isso que o homem para crescer espiritualmente, tem que matar os inços!