A constância nos leva ao amor ou vice-versa? Em um podcast da Eureka, sobre constância, houve o questionamento se o amor nos ajuda a ser mais constantes. Como defensora incondicional do amor, sustento que ele move o mundo e nos permite alcançar patamares elevados do corpo, alma e espírito. Ele é que diferencia nossas relações com o outro de meros contratos: quando há amor não busco somente satisfazer minhas necessidades, eu busco ser melhor.

Mas calma lá, o amor que tem esse combustível todo não é aquele do incrível conto de fadas. A gente não fica por aí encontrando príncipes ou princesas, belos, gentis e prontos. O amor se solidifica com muito trabalho e não mantém aquelas mesmas características do primeiro olhar. Muitos dias sequer prestaremos atenção na cor dos olhos, mas teremos clareza sobre o motivo de permanecer, mesmo que nos façam ou façamos cara feia. Pelo contrário, tentaremos um jeito de desfazê-la. A cara feia, no caso, a sua e a do outro.

Isso porque muito mais significante do que a beleza que nos é perceptível é perceber que alguém tenta ser melhor por nossa causa. A admiração nos faz ficar e é impossível não notarmos o esforço diário de alguém e o nosso próprio para recompensar esse tal amor. Quando finalmente atingimos esse estágio conseguimos entender a versão madura e não romantizada dele, o amor.

E essa é muito melhor não? É superior porque é real, imperfeita e principalmente porque é o que nos faz obstinados. O amor por um filho torna uma mãe imortal, porque uma mãe que é amada nunca morre para um filho. Nenhum outro amor, nem mesmo o amor-próprio, e não me furto a certeza da sua importância, nos tornaria tão perseverantes. Afinal, ninguém vive e vence exclusivamente para si. Seria cansativo fazer o bem exclusivamente para nós. Queremos ser melhores porque amamos, para quem amamos e porque amar nos permite permanecer firmes e constantes em nossas batalhas.