Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024, contando a história dos 50 anos de nativismo gaúcho por 14 de seus festivais de música, pioneiros em atividade, informamos que Dia 12 é da Intendência do Exército Brasileiro, do Obstetra; Dia 13 do Hino Nacional, dos Jovens, do Office-boy e do Beijo; Dia 14 do Pan-Americano; Dia 15 da Conservação do Solo e do Desenhista; Dia do Sacerdócio e Nacional do Leonino; Dia 18 de Monteiro Lobato, Nacional do Livro Infantil e Internacional do Rádioamador.  Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre: MAIS UM TURUNA FRONTEIRIÇO DOS VERSOS.

 

No dia 12 de abril de 1922, nascia em Uruguaiana a grande figura que foi HUGO RAMIREZ, poeta, jornalista, advogado, geógrafo e educador, pós-graduado em história, que durante sua vida de 85 anos, criou mais de 70 obras, sendo reconhecido pela Academia Brasileira de Letras. Foi  Fundador e Presidente da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul e da Academia Canguçuense de História. Foi sócio benemérito do Instituto de História e Geografia Militar e História Militar do Brasil e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e correspondente da Academia de História de Portugal. Espanha, Argentina e equivalentes do Uruguai e Paraguai, integrou a Comissão de História do Estado - Maior do Exército em 1971/1974. Presidente emérito fundador das academias Resendense e Itatiaiense de História e sócio dos Institutos Históricos de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

 

Foi fundador da Estância da Poesia Crioula em 1957, presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho em 1970 e 71, fundou centros de tradições, (como exemplo do CTG Galpão Campeiro de Erechim), era membro do Partenon Literário, da Casa do Poeta Rio-grandense e da Academia Rio-grandense de Letras, foi também Secretário Geral da Comissão Estadual do Índio no Biênio da Colonização e Imigração no Rio Grande do Sul, por tudo, também recebeu a mais alta comenda do tradicionalismo – a Medalha Barbosa Lessa.

 

De sua magnifica obra literária, destacamos a Iconografia Poética do Índio do Rio Grande do Sul, com foco na vida de Sepé Tiarajú, bem como a pioneira publicação referente a Paradigmas da Açorianidade no Rio Grande do Sul, aos contos de O Menino Encantado. Em parceria com a Fundação Educacional e Cultural Padre Landell de Moura, em 1997, publicou trabalho sobre os índios primitivos habitantes de Porto Alegre, versando sobre os índios Guaibeguaras.

 

Nesse estudo, Ramires revela que a origem etimológica da palavra “Guaíba”, define enseada,  como bem publicou, ipsis litteris: 1) GUA, YGUÁ (enseada, vale, recôncavo, baixada); - i, rio; ybá (fruto), vale dizer RIO DO VALE DAS FRUTAS; 2) YGUÁ, GUÁ (enseada, vale, ahia), e YBÁ (ruim, difícil, sem peixe, não navegável), a abonar as hipóteses ENSEADA NÃO NAVEGÁVEL, ou de DIFÍCEL NAVEGAÇÃO”.

 

Desfazendo com isso a ideia de que o Guaíba seja um rio, provando que os nativos já sabiam que se tratava de uma enseada, formada pela afluência dos rios: JACUÍ (rio dos jacus; rio dos comedores de grãos); SÍNOS (rio com curvas; em tupi guarani, tamanduateí); GRAVATAÍ, (rio dos gravatás); CAÍ (rio da mata, dos bosques); e mais o antigo JACAREÍ (rio dos Jacarés).

 

Assim o nosso folclorista, tradicionalista, historiador, de longa vida dedicada a brasilidade, a gauchividade, no dia primeiro de agosto de 2007, deixou a terra que tanto amou e dedicou força material e espiritual. Montado nas asas do vento minuano, foi de chapéu tapeado para a dimensão maior, eterna, e com toda a certeza de sua missão cumprida, com Deus e sua Pátria. Recebendo o louvor dos amigos, parentes em especial da esposa, nove filhos, netos e bisnetos, velado justamente no salão principal do 35CTG, no dia seguinte foi sepultado no cemitério João XXIII, na capital de todos os gaúchos, mais esse turuna: palavra de origem indígena, empregada à pessoa poderosa, forte, valente, destemida, capaz de tudo para empregar seu ideal.

 

Para pensar: Aos que não encontraram ainda o seu propósito na vida terrena, precisam deixar fluir a intuição e seguir o rumo do seu próprio coração, como fez nosso Hugo Ramires!

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