Buenas e me espalho! E como consta no Livro Agenda Gaúcha 2024 em seu terceiro mês, contando a história dos 50 anos de nativismo gaúcho por 14 de seus festivais de música, pioneiros em atividade, informamos que: Dia 01 é da Vindima, do Turismo Ecológico, das Crianças Doentes; Dia 03 do Meteorologista, do Intendente e dos Dirigentes das Sociedades, Desportivas, Culturais e Assistenciais; Dia 04 Mundial da Oração; Dia 05 da Integração Cooperativista, do Filatelista Brasileiro e Nacional da Música Clássica; Dia 07 do Fuzileiro Naval. Agradecendo a Deus por poder escrever e ser lido, o invoco para dizer sobre: COMO SURGIU O FESTIVAL DA BARRANCA

O segundo festival nativista gaúcho, tem uma linda história. Em maio de 1962, foi fundado em São Borja, Os Angüeras Grupo Amador de Arte, originários do Grupo dos Dez, (casais amigos que se reuniam costumeiramente, para divertirem-se socialmente pelas artes). Além das festas sociais, culturais, o grupo dos Angüeras, tinha como de costume realizar acampamentos de pescaria nas barrancas dos rios da região. Para essas pescarias eram convidados afins, ligados a nossa cultura regional, como por exemplo já famoso folclorista, Nico Fagundes, compadre de Aparício Silva Rillo, líder do grupo.  O nome Angüera, vem do guarani e que dizer, espírito de volta ou alma que se devolve ao corpo. Conta a lenda que o índio Angüera era triste, calado, mas que logo de ser batizado pelos padres jesuítas, com o nome de Generoso, virou alegre, cantador, tocador de viola.

Em 1971 o Grupo Os Angüeras, participaram da primeira Califórnia da Canção Nativa, com Andarengo e a consagrada música João Campeiro, daí entusiasmados com o evento uruguaianense, e como nas pescarias de barrancas se fazia mais música do que pescar, resolveram no acampamento de 1972, por ideia do cantor e compositor, Carlos Castillos, gerar um concurso poético musical, temático. Nascendo aí o folclórico Festival da Barranca, tendo como fundadores as lendários figuras de Carlos Castillos, Aparício Silva Rillo, Nico Fagundes, José Bicca, Miguel Bicca e Luiz Carlos Dorneles.

Assim com 25 participantes aconteceu o primeiro Festival da Barranca, desenvolvendo-se com características próprias, diferente dos demais e até hoje, São Borja recebe nas Semanas Santas, a beira do Rio Uruguai, em um evento fechado, de tema único, só para convidados artistas do sexo masculino, dentre outros em especiais da imprensa e autoridades.

O tema de cada edição é dado para ser composto, na Sexta-feira Santa, exatamente 24 horas antes da exibição no Sábado de Aleluia, logo da apresentação dos inscritos, é feito o julgamento, declarado o vencedor, entregue o troféu, dele festa e no domingo de Páscoa, depois do almoço o grupo se dispersa. Assim o acampamento de pescaria que virou festival, teve na sua primeira edição o tema o Rio, quatro músicas inscritas concorrentes e o vencedor foi Nico Fagundes, autor da letra, da música e interprete, da obra Eu e o Rio.

Do fato desse festival não ser aberto ao público feminino, temos que: 1) O local nativo, meio ao mato, sem infraestrutura adequada, não seria do bom cavalheiro convidar as mulheres; 2) As prendas castrariam a espontaneidade liberdade ao grupo masculino; 3) Analogicamente e sem querer ofender, diz um adágio campeiro que: “Em campo de touros, sem vaca, não dá briga”; 4) Segundo depoimento de uma das mulheres dos participantes organizadores, (no filme documentário dos 40 anos da barranca), tá dito que elas não iam porque não queriam, tinham o acampamento como umas férias matrimonial, que os maridos voltavam do evento, meigos, românticos e revigorados. 

Para pensar: Conviver com a natureza é algo bom e necessário à todo ser humano, muito mais se no acampamento tem música ao vivo, feita na hora! 

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