As obrigações não devem acomodar-se nas nossas costas, mas muitas vezes somos nós mesmas que as colocamos lá. Acumulamos funções que não são nossas e nos culpamos quando, obviamente, não damos conta das dores do mundo. Aliás, sofrer é encargo nosso, mulheres, segundo a lei da sociedade adoecida e desencontrada. Homens também tem o direito de sofrer e demonstrar fragilidade viu, gente? E nós, mulheres, somos muito mais fortes do que nos fazem acreditar. Contudo, não precisamos ser supermulheres, tampouco acumular todos os encargos imagináveis. Isso cansa e nos adoece.

A nossa luta por igualdade não pode nos tornar aquilo que criticamos. Aliás, o machismo tão cruel também está internalizado em nós, infelizmente. Talvez, por isso mesmo tenhamos o péssimo hábito de exigir padrões de nós mesmas e de outras mulheres. E por que somos tão duras com a gente? A limpeza da casa e o cuidado com a família não é tarefa especialmente nossa e não, não somos vítimas do destino, se quisermos e tivermos consciência podemos e devemos ser protagonistas. Cuidemos dos outros, se pudermos, mas não descuidemos de nós, nunca.

Mulheres, não somos vítimas. Não somos loucas. Somos sinônimo de coragem e força, mas também de amor. Não costumamos desistir, nem fugir à luta. Porém, não exijam tudo de nós. Sejam mães, mas também não sejam, caso não queiram. Não somos obrigadas a nada. Não nos calemos e não deixemos nos calar. Somos responsáveis pelo que nos tornamos e não pelo que fizeram de nós. Não sigamos diretrizes que sequer foram criadas por nós, mulheres. Sejamos nosso próprio caminho porque somente nós sabemos a direção.

 

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